Telemedicina na prática: implementando sem erros comuns

Telemedicina na prática: implementando sem erros comuns

Colega, vamos falar de telemedicina sem romantização ou achismos. A realidade é que muitos de nós fomos empurrados para esse modelo durante a pandemia, mas agora é hora de fazer direito – e evitar os erros que vi (e cometi) ao longo desses anos.

O primeiro erro: achar que é só ligar a câmera

O maior equívoco que observo é subestimar a complexidade da consulta remota. Não se trata apenas de replicar o presencial via vídeo. A anamnese muda, o exame físico fica limitado (mas não inexistente), e a dinâmica da relação médico-paciente se transforma.

Um exemplo prático: como você avalia um quadro de dor abdominal à distância? Precisa de protocolos específicos, saber quando NÃO prosseguir com a teleconsulta e ter red flags bem definidas. Já vi casos graves serem negligenciados por conta dessa falsa sensação de segurança.

A infraestrutura mínima necessária

Não adianta querer fazer telemedicina com internet discada e um celular tremidão. Você precisa de:

  • Conexão estável (no mínimo 10MB simétricos)
  • Dispositivo com boa câmera e áudio
  • Ambiente profissional (sem crianças gritando ao fundo)
  • Sistema adequado para armazenamento de prontuários

Falo por experiência: quando testamos o ClínicaWork para teleconsultas, percebemos que a integração com prontuário eletrônico era essencial. Tentar conciliar chamada de vídeo com anotações em papel é receita para desastre.

A burocracia que ninguém te conta

Além dos aspectos técnicos, tem a regulamentação. O CFM tem resoluções específicas sobre telemedicina que muitos ignoram:

  • Necessidade de identificação do paciente
  • Registro do local de atendimento (seu e do paciente)
  • Termos de consentimento específicos
  • Regras para prescrição e solicitação de exames

Um detalhe crucial: seu contrato de trabalho ou plano de saúde pode ter cláusulas restritivas sobre telemedicina. Já vi colega ter que devolver honorários por desconhecer isso.

Quando a telemedicina NÃO deve ser usada

Por mais tentador que seja a comodidade, existem limites claros:

  1. Emergências médicas
  2. Primeira consulta de condições complexas
  3. Pacientes instáveis ou com dificuldade de comunicação
  4. Casos que exigem exame físico detalhado

Tenha critérios rígidos para triagem. Uma dica que uso: se eu precisaria do estetoscópio ou doximetro na consulta presencial, provavelmente não deveria ser telemedicina.

Integrando com seu fluxo de trabalho

A telemedicina não pode ser um processo paralelo. Precisa estar integrada à sua rotina:

- Agendamento único (mesmo sistema para presencial e remoto)
- Prontuário unificado
- Fluxo de encaminhamentos
- Controle de estoque de receitas

No meu consultório, usamos o ClínicaWork para centralizar tudo. O paciente agenda igual, seja presencial ou remoto, e todo o histórico fica disponível de forma integrada. Isso evita aquela confusão de ter que ficar alternando entre sistemas.

A relação médico-paciente na era digital

Esse é o ponto mais delicado. Como manter o vínculo sem o contato físico? Algumas estratégias que funcionam:

1. Manter contato visual (olhe para a câmera, não para a tela)
2. Usar linguagem ainda mais clara que no presencial
3. Criar rituais de início e fim de consulta
4. Ter um canal de comunicação entre consultas (mas com limites!)

Um erro comum é deixar a consulta remota muito mecânica. O paciente precisa sentir que está sendo acolhido, mesmo à distância.

Segurança de dados: não pule essa etapa

WhatsApp não é plataforma de telemedicina. Ponto. Você está lidando com dados sensíveis e precisa de:

  • Criptografia de ponta a ponta
  • Armazenamento em servidores adequados
  • Controle de acesso
  • Registro de logs

Se for usar alguma solução, verifique a LGPD. O ClínicaWork, por exemplo, tem todas as certificações necessárias, mas isso não é regra para todos os sistemas.

O lado financeiro: cobrar ou não cobrar?

Aqui vai uma opinião polêmica: teleconsulta não deve ser mais barata que presencial. O tempo médico é o mesmo, a responsabilidade é a mesma. O que observo:

- Planos de saúde pagam menos pela telemedicina (injustamente)
- Muitos colegas desvalorizam o próprio trabalho
- Pacientes tendem a achar que "é só uma ligação"

Minha conduta: mesmo valor para ambas as modalidades. Explico claramente ao paciente que está pagando pelo meu conhecimento, não pelo meio.

Erros técnicos que arruinam a consulta

Para fechar, alguns problemas práticos que podem sabotar sua teleconsulta:

- Iluminação ruim (você precisa ser visto claramente)
- Áudio com eco (use fones de ouvido)
- Falta de plano B (o que fazer se a conexão cair?)
- Não testar a plataforma antes
- Esquecer de orientar o paciente sobre preparo prévio

Em resumo: telemedicina veio para ficar, mas exige preparo real. Não é atalho, é outra forma de exercer a medicina - com suas próprias regras e desafios.

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