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Colegas, a telemedicina deixou de ser uma tendência e se tornou realidade definitiva na prática clínica. Em 2024, estamos vendo uma consolidação do modelo híbrido, onde a consulta presencial e remota se complementam. Mas atenção: isso não significa que qualquer videochamada resolve. A regulamentação está mais rígida, e os riscos legais aumentaram proporcionalmente à adoção massiva.
O CFM atualizou recentemente as diretrizes, mantendo o essencial da Resolução 2.314/2022, mas com ajustes importantes na guarda de documentos e interoperabilidade. Se você ainda está usando WhatsApp para teleconsultas, é hora de repensar urgentemente.
Vamos ao que interessa: a infraestrutura mínima para uma telemedicina segura e dentro da lei:
Não adianta ter a melhor plataforma se ela fica offline quando você mais precisa. Verifique o SLA (Service Level Agreement) do provedor. 99,5% de uptime é o mínimo aceitável. Sistemas como o ClínicaWork oferecem redundância em múltiplos data centers, mas isso varia muito entre fornecedores.
Aqui está onde muitos colegas estão tropeçando em 2024:
Muitos colegas acham que gravar as consultas é uma proteção. Na verdade, pode ser um problema. Se você grava, torna-se responsável por armazenar e proteger esse conteúdo sensível. A menos que haja justificativa clínica documentada, melhor evitar.
Telemedicina não é uma ilha. Seus sistemas precisam conversar com:
Quando esses fluxos estão desconectados, você perde eficiência e aumenta o risco de erros. Um prontuário fragmentado é um convite para problemas legais.
A LGPD está sendo aplicada de verdade agora. Algumas medidas que parecem óbvias, mas muitos ainda negligenciam:
- Autenticação em dois fatores obrigatória para toda a equipe
- Controle de acesso por função (secretária não deve ter os mesmos privilégios que você)
- Relatórios de auditoria regulares para detectar acessos inadequados
- Política clara para dispositivos móveis
Um detalhe: se você usa tablets ou smartphones para telemedicina, esses dispositivos precisam ter a mesma proteção que seu computador principal. Nada de consultas no celular pessoal com WhatsApp, pelo amor de Deus.
Até o final de 2024, espera-se a implementação completa do prontuário eletrônico nacional. Sistemas que não se prepararem para essa integração vão criar gargalos na sua prática. Fique de olho em:
- Certificação digital obrigatória para todos os profissionais
- Validação automática de credenciais
- Notificação compulsória de doenças via telemedicina
- Integração com prontuários compartilhados
Em resumo: a telemedicina em 2024 exige infraestrutura robusta, atenção obsessiva aos requisitos legais e integração perfeita com seus fluxos clínicos. Não é mais sobre ter uma ferramenta, mas sobre como ela se encaixa no ecossistema da sua prática médica.