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Colegas, vamos falar sério sobre um tema que muitos de nós subestimamos até levar um puxão de orelha do CRM ou da ANVISA: a conformidade na telemedicina. Não adianta só ter um software bonitinho e achar que está tudo certo. A realidade é que a maioria dos consultórios está voando sem bússola nesse aspecto.
O que vejo na prática são médicos usando ferramentas genéricas de videoconferência e depois tentando encaixar isso num prontuário que não foi feito para teleconsulta. É receita para dar problema. A conformidade começa na escolha da plataforma, mas não termina aí.
Esse é o calcanhar de Aquiles de muitos. Na pressa da teleconsulta, pulamos etapas básicas de identificação. O sistema precisa validar quem é o paciente de forma inequívoca - e isso vai muito além de pedir um RG por WhatsApp.
Ferramentas como o ClínicaWork resolvem isso com validação em duas etapas, assinatura digital e integração com bancos de dados oficiais. Mas mesmo sem um sistema especializado, você precisa garantir no mínimo:
Aqui é onde a maioria peca feio. Telemedicina não é ligação de vídeo - é ato médico com todas as letras. Seu prontuário precisa registrar:
Um detalhe que quase ninguém lembra: você precisa registrar também eventuais limitações técnicas que possam ter prejudicado a avaliação. Se a imagem estava ruim ou o áudio cortando, isso tem que constar no prontuário.
Isso aqui dá calafrio. Quantos de nós já mandou receita por WhatsApp ou e-mail comum? Pois é, eu também já fiz - e me arrependo. A LGPD não brinca em serviço, e multa pesado.
O mínimo aceitável:
Sistemas como o ClínicaWork resolvem isso na arquitetura básica, mas se você está usando outra solução, precisa verificar esses itens manualmente.
Seu prontuário de telemedicina não pode viver numa ilha. Precisa conversar com:
Na prática, isso significa que seu sistema precisa exportar e importar dados em formatos padronizados, como FHIR ou pelo menos HL7. Se está tudo em PDF ou pior, em imagem, você está acumulando problemas.
Vou compartilhar alguns erros que vejo frequentemente em consultórios que implementam telemedicina:
Gravação de vídeo sem consentimento: Muitos sistemas gravam automaticamente as consultas. Isso é ótimo para proteção médica, mas precisa de autorização explícita do paciente. E atenção: essas gravações viram parte do prontuário e estão sujeitas às mesmas regras de guarda e sigilo.
Prescrição sem validade legal: Receita de telemedicina tem regras específicas. Precisa conter:
Falta de plano B: E quando a internet cai? E se o sistema fica offline? Você precisa ter um protocolo para essas situações que não envolva "vamos fazer por WhatsApp". Isso inclui:
Colega, se tem uma coisa que aprendi da maneira dura é que conformidade não é "setar e esquecer". Você precisa auditar regularmente:
Ferramentas como o ClínicaWork têm módulos de auditoria automática, mas se você está gerenciando manualmente, sugiro colocar na agenda revisões trimestrais. Acredite, é mais barato que uma multa da ANVISA.
Aqui vai um segredo que poucos falam: telemedicina não é um departamento separado. Seu prontuário eletrônico precisa tratar consultas remotas e presenciais com a mesma importância e integração.
Isso significa:
Quando vejo consultórios usando um sistema para presencial e outro para telemedicina, já sei que estão gerando uma dor de cabeça futura. A fragmentação de dados é inimiga da qualidade do cuidado.
Não tem como fugir: se você leva telemedicina a sério, precisa de certificado digital. E não estou falando daquele simples de e-mail, mas do qualificado, com validade jurídica.
Por quê? Porque:
Muitos sistemas, incluindo o ClínicaWork, já integram nativamente com certificados digitais. Se o seu não faz, está na hora de repensar.
Telemedicina veio para ficar, mas sem conformidade é só uma questão de tempo até dar problema. O segredo está em tratar o prontuário eletrônico remoto com o mesmo rigor (ou mais) que o presencial, escolher ferramentas adequadas e, principalmente, não subestimar as regulamentações.
E aí, como está a conformidade da sua telemedicina? Vale a pena dar uma olhada crítica antes que alguém venha cobrar...