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Colegas, vamos falar sério sobre um assunto que muitos de nós subestimam: os riscos jurídicos e éticos do prontuário eletrônico mal utilizado. Não é exagero dizer que alguns erros básicos podem colocar sua licença médica em risco - e eu já vi casos reais onde isso aconteceu.
Quantas vezes você já preencheu um prontuário correndo entre um paciente e outro? Aquele "copiar e colar" rápido parece inofensivo, mas pode destruir sua defesa em um processo. O judiciário está cada vez mais atento a inconsistências temporais, repetições idênticas em pacientes diferentes e informações claramente desatualizadas.
Um caso emblemático: um colega cirurgião perdeu uma ação porque seu prontuário eletrônico mostrava a mesma descrição cirúrgica para três pacientes diferentes, com apenas os nomes alterados. O juiz considerou fraude documental.
Aqui vai um segredo que os advogados não querem que você saiba: sistemas como o ClínicaWork mantêm logs detalhados de todas as alterações. Apagar uma informação "incômoda" pode ser pior do que o erro original. Já acompanhei um caso onde o médico alterou uma prescrição após uma reação adversa, e o log de modificação foi a prova cabal da má-fé.
Se precisar corrigir um erro, faça de forma transparente: mantenha o registro original, adicione uma nova nota com data/hora explicando a correção e o motivo. Isso mostra boa fé e organização, não negligência.
As facilidades da prescrição digital trazem riscos específicos:
Um truque que ensino meus residentes: configurem seu sistema (como o ClínicaWork permite) para exigir confirmação extra em medicamentos de alto risco. Essa pausa forçada pode evitar tragédias.
Não caia nessa ilusão perigosa. Em um processo, o argumento "mas foi erro do software" não cola. Você é o responsável final por verificar se as informações registradas estão corretas. Conheço um caso onde um médico tentou culpar um "bug do sistema" por uma prescrição errada, mas a perícia mostrou que ele simplesmente não tinha revisado o que estava enviando.
Dica prática: tire prints das telas importantes quando houver qualquer situação atípica. Mas lembre-se - isso complementa, não substitui, uma documentação adequada.
Dois erros fatais que vejo com frequência:
Isso não é só má prática - é violação direta da LGPD. Multas pesadas e ações éticas podem surgir disso. Configurem direitos de acesso rigorosos e usem autenticação de dois fatores.
Muitos colegas só percebem a bagunça no prontuário quando recebem uma intimação. Faça auditorias internas periódicas. O ClínicaWork, por exemplo, tem ferramentas que ajudam nisso, mostrando registros incompletos, exames pendentes de revisão e outras red flags.
Uma prática que adoto: toda sexta-feira, reservo 30 minutos para revisar meus próprios registros da semana como se estivesse fazendo uma auditoria. Isso me salvou de vários problemas.
Sistemas que se integram com laboratórios e imagens são ótimos, mas geram um risco oculto: a falsa impressão de que tudo foi revisado. Já vi caso de médico que assinou um laudo normal de exames, sem perceber que um anexo crucial (com um nódulo suspeito) não tinha sido importado corretamente.
Regra de ouro: verifique sempre o número de páginas/documentos anexados. Se algo parece incompleto, investigue antes de assinar.
O prontuário eletrônico veio para ajudar, mas criou novas armadilhas jurídicas. Trate cada registro como se fosse lido por um perito judicial amanhã - porque pode ser. Use os recursos do sistema (como o ClínicaWork oferece) para criar checklists de segurança, mas nunca delegue seu julgamento clínico ao software.
E se lembre: na dúvida, documente. Um prontuário detalhado pode ser seu maior aliado - ou sua maior condenação.