Prontuário Eletrônico: 5 Erros Comuns que Podem Levar Médicos ao Tribunal

Prontuário Eletrônico: Erros Comuns que Colocam Médicos em Risco Jurídico

Colegas, vamos falar sobre um assunto que muitos de nós subestimamos até o dia em que recebemos uma notificação extrajudicial ou pior: o prontuário eletrônico mal utilizado pode ser a nossa maior arma contra nós mesmos. Não é exagero. Já vi casos de médicos excelentes tecnicamente perderem processos por falhas completamente evitáveis no registro eletrônico.

O mito da "proteção automática" do digital

Primeiro, precisamos desconstruir essa ideia perigosa de que só por estar num sistema como o ClínicaWork, nossos registros estão automaticamente bem feitos e juridicamente seguros. Não estão. A tecnologia facilita, mas não substitui o critério médico. Um prontuário mal preenchido em papel continua sendo mal preenchido no digital - só que agora com carimbo de hora e data que facilitam a perícia.

Um exemplo clássico? O famoso "copiar e colar" de evoluções. No papel, era óbvio quando alguém fazia isso. No digital, virou epidemia. Já analisei processos onde o médico copiou a mesma evolução por 5 dias seguidos, incluindo exames que nem tinham sido repetidos. Na defesa, alegou que "o sistema facilitava". O juiz não comprou.

Os 7 pecados capitais do prontuário eletrônico

1. Registros genéricos demais

"Paciente evoluiu bem." O que diabos significa isso juridicamente? Nada. Qual parâmetro melhorou? Quais critérios clínicos? Se não está documentado, não aconteceu. O ClínicaWork tem campos estruturados justamente para evitar isso - use-os.

2. Excesso de automação

Aquela função de "preenchimento automático" é ótima até você descobrir que registrou um alergia que o paciente não tem porque o sistema sugeriu baseado no caso anterior. Confirme cada dado.

3. Falta de registro das recusas

O paciente não quis fazer o exame que você indicou? Recusou a medicação? Isso precisa estar CRIPTICAMENTE registrado, com a data, hora e preferencialmente sua orientação sobre os riscos da recusa. O módulo de consentimentos do ClínicaWork é feito exatamente para isso.

4. Edições tardias

Todo sistema eletrônico decente, como o ClínicaWork, registra o horário exato de cada edição. Alterar um registro dias depois do atendimento é uma bandeira vermelha gigante em qualquer processo. Se precisar acrescentar algo, faça como uma nova anotação com data atual, explicando o motivo do acréscimo.

5. Senhas compartilhadas

Parece inofensivo deixar a secretária acessar seu login para agendar consultas, até o dia que ela altera algo no prontuário e juridicamente aquilo fica registrado como feito por você. Cada profissional DEVE ter seu acesso individual.

6. Não usar os recursos de segurança

Biometria, certificado digital, confirmação em duas etapas - tudo isso parece chato até você precisar provar que realmente foi você quem fez aquele registro importante. Configure corretamente.

7. Backup? Que backup?

Seu sistema caiu e você não tem acesso aos prontuários? Desculpa não cola. É sua responsabilidade garantir a continuidade dos registros. Verifique se sua solução tem backup automático e em conformidade com a LGPD.

A armadilha dos templates prontos

Aqui vai um segredo que aprendi da pior forma: templates salvam tempo, mas podem destruir sua defesa. Já vi um colega usar um template de "exame físico normal" que incluía "pupilas isocóricas" - para um paciente que tinha uma prótese ocular. Na perícia, ficou claro que ele nem tinha olhado.

O ClínicaWork permite criar templates inteligentes, mas eles devem ser adaptados para cada caso. Melhor gastar 30 segundos a mais do que perder anos num processo.

O que os peritos jurídicos realmente olham

Conversei com vários peritos médicos que trabalham em ações judiciais. Eles me contaram que nos prontuários eletrônicos, além do conteúdo óbvio, verificam:

  • Intervalos entre registros (aquela consulta de 2 minutos registrada como 30...)
  • Alterações de registros após notificação judicial
  • Inconsistências entre horários de registros e logs do sistema
  • Uso excessivo de termos genéricos copiados e colados
  • Registros feitos em horários incompatíveis com a rotina da clínica

Um detalhe importante: muitos sistemas, incluindo o ClínicaWork, mantêm logs completos de acesso. Ou seja, o perito consegue ver se você acessou o prontuário depois de receber a citação para "ajeitar" algo. Péssima ideia.

LGPD: o novo fantasma

A Lei Geral de Proteção de Dados não é só sobre vazamentos. Ela exige que você prove que:

  • Só coletou dados necessários
  • Teve consentimento quando necessário
  • Garantiu a segurança das informações
  • Permitiu o acesso do paciente aos próprios dados

Isso significa que seu prontuário eletrônico precisa ter controles rígidos de acesso, registro de quem viu o que, e capacidade de exportar dados quando solicitado. Sistemas mais antigos podem não estar preparados - o ClínicaWork já nasceu com essa preocupação.

O básico que todo médico deveria fazer

Para fechar com algo prático, minha checklist pessoal depois de anos aprendendo com erros (meus e alheios):

  1. Nunca deixe campos obrigatórios em branco - se não se aplica, registre "não aplicável"
  2. Documente TODAS as comunicações importantes com pacientes, mesmo as por WhatsApp
  3. Registre não apenas o que você fez, mas PORQUE fez (a famosa "linha de raciocínio")
  4. Configure alertas no seu sistema para lembrar de preencher itens críticos
  5. Faça uma revisão mensal de uma amostra de seus prontuários para identificar vícios

Em resumo: seu prontuário eletrônico é seu melhor aliado ou seu pior inimigo. Depende apenas de como você o usa. A tecnologia veio para ajudar, mas a responsabilidade final sempre será nossa, médicos.

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