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Colegas, vamos falar de um assunto que ninguém gosta, mas que é inevitável: vazamento de dados. Não adianta achar que só acontece com os outros. Consultórios e clínicas são alvos fáceis para vazamentos, e as consequências vão desde multas pesadas até a perda total da confiança dos pacientes. O pior? Muitas vezes, o problema está em detalhes que a gente nem percebe no dia a dia.
Você ainda usa "senha123" no sistema da clínica? Ou pior: deixa anotado num post-it colado no monitor? Pois é, parece bobagem, mas essa é a porta de entrada mais comum para vazamentos. Muitos consultórios ainda tratam senhas como se fossem algo informal, compartilhando credenciais entre recepcionistas, médicos e até estagiários.
O risco aqui é duplo: além de facilitar o acesso indevido, você perde completamente o rastreamento de quem fez o quê no sistema. Se um paciente reclama que seus dados vazaram, como você vai investigar se todo mundo usa a mesma senha?
Como evitar:
Aqui vai um cenário comum: o médico leva um notebook pra casa pra dar uma olhada em alguns prontuários. No caminho, esquece o notebook no táxi. Pronto: todos os dados dos pacientes agora estão nas mãos de quem quer que tenha pego aquele dispositivo.
O problema é que a maioria dos equipamentos usados em consultórios não tem criptografia ativada. Isso significa que qualquer um com um mínimo de conhecimento técnico consegue acessar os arquivos, mesmo sem senha.
Como evitar:
Seu consultório oferece Wi-Fi para os pacientes? Ótimo, mas saiba que essa pode ser a brecha que um hacker está esperando. Redes Wi-Fi sem a devida proteção permitem que criminosos acessem todos os dispositivos conectados à mesma rede - incluindo o computador onde você acessa os prontuários.
Pior ainda são os consultórios que usam a mesma rede para pacientes e para o sistema médico, sem nenhum tipo de segmentação. É como deixar a porta do seu arquivo médico aberta para qualquer um que esteja na sala de espera.
Como evitar:
Você faz backup dos dados do consultório? Ótimo. Mas onde esses backups estão armazenados? Num HD externo que fica em cima da mesa? Num pendrive que circula entre os funcionários? Pois saiba que backup mal feito é quase pior que não ter backup nenhum.
Muitos vazamentos acontecem justamente porque os backups não têm a mesma proteção que o sistema principal. E quando falamos em LGPD, o vazamento de um backup tem exatamente o mesmo peso que o vazamento do banco de dados principal.
Como evitar:
O elo mais fraco da segurança da informação não é tecnológico - é humano. Quantas vezes você já viu uma recepcionista abrir um anexo suspeito no email? Ou um médico compartilhar dados do paciente por WhatsApp? Pois é, sem treinamento constante, seus colaboradores serão sempre a maior vulnerabilidade.
E não adianta dar um treinamento uma vez por ano. Os golpes evoluem rápido, e o que era seguro ontem pode não ser hoje. Phishing, engenharia social, falsos clientes pedindo informações - as táticas são cada vez mais sofisticadas.
Como evitar:
Ok, eu disse que seriam 5, mas tem um sexto risco que não podia ficar de fora. Muitos consultórios ainda usam sistemas antigos, sem atualizações de segurança. Pior: alguns médicos insistem em usar versões piratas de softwares, que além de ilegais, são verdadeiras portas abertas para invasões.
Sistemas médicos modernos como o ClínicaWork são atualizados automaticamente, justamente para corrigir vulnerabilidades assim que são descobertas. Usar software desatualizado é como trancar a porta da frente e deixar todas as janelas abertas.
Em resumo: segurança de dados não é um gasto, é um investimento. E na medicina, onde lidamos com informações sensíveis todos os dias, não dá pra brincar com isso. O pior erro que você pode cometer é achar que seu consultório é pequeno demais para ser alvo. Na verdade, é justamente o contrário: consultórios pequenos são alvos frequentes justamente porque costumam ter menos proteção.