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Colegas, vamos falar de um tema que já deveria estar no radar de todo médico que usa prontuário digital: a LGPD. Não é só burocracia – é sobre proteger nossos pacientes e nosso próprio pescoço. A multa por vazamento de dados pode chegar a R$ 50 milhões, sem contar o dano reputacional. E na saúde, onde lidamos com informações ultra sensíveis, o risco é ainda maior.
Pense bem: no seu prontuário digital você tem desde o histórico de doenças mentais até resultados de exames de DSTs. São dados que, se vazarem, podem destruir a vida social e profissional de um paciente. A LGPD classifica informações de saúde como "dados sensíveis", com proteção extra justamente por esse potencial destrutivo.
E aqui vai um dado que assusta: segundo o próprio governo, o setor saúde foi o 3º que mais sofreu vazamentos no último ano. A maioria? Falhas em sistemas mal configurados e acesso indevido de funcionários.
Se você se identificou com algum item, não se desespere ainda. Vamos falar de soluções práticas.
Um sistema bem implementado, como o ClínicaWork, já traz várias proteções embutidas:
Mas atenção: de nada adianta ter um sistema seguro se a equipe não é treinada. Já vi caso de clínica top que teve vazamento porque a recepcionista anotava senhas em post-it.
Se você quer dormir tranquilo, comece com esses passos básicos:
1. Defina um encarregado de dados - Pode ser você mesmo ou alguém da equipe. Essa pessoa vai ser o "fiscal" da LGPD na sua clínica.
2. Faça um inventário - Liste todos os lugares onde tem dados de pacientes: prontuário digital, e-mails, planilhas, arquivos físicos. Você vai se surpreender.
3. Atualize o termo de consentimento - Aquele que o paciente assuna na primeira consulta precisa explicar claramente como os dados serão usados.
4. Bloqueie acessos antigos - Ex-funcionários não podem continuar com acesso ao sistema. Parece óbvio, mas é uma das maiores causas de vazamento.
Aqui vai uma verdade inconveniente: não existe sistema 100% seguro. O que existe é tornar o acesso tão difícil que os hackers vão procurar alvos mais fáceis. É como trancar sua casa - nenhuma fechadura é inquebrável, mas você não deixa a porta aberta.
No ClínicaWork, por exemplo, há recursos como autenticação em dois fatores e bloqueio após tentativas fracassadas que já filtram 99% dos acessos indevidos. Mas se você usar "senha123" como credencial, nem o melhor sistema do mundo te protege.
O maior risco muitas vezes não está nos hackers, mas na sua equipe. Funcionário descontente, médico que deixou a sessão aberta, estagiário curioso... Já vi caso de secretária que vazou prontuário de paciente famoso para a imprensa.
A solução? Dois pontos cruciais:
1. Controle rígido de acessos - Cada pessoa só vê o estritamente necessário. Recepcionista não precisa ter acesso a laudos completos, por exemplo.
2. Treinamento constante - Não adianta só dar uma palestra no início. LGPD tem que ser tema recorrente nas reuniões de equipe.
Aqui tem uma pegadinha: na saúde, temos obrigação legal de guardar prontuários por pelo menos 20 anos. Mesmo que o paciente peça, não podemos simplesmente deletar. A solução é bloquear o acesso, mantendo os dados apenas para eventual necessidade legal.
No prontuário digital, sistemas como o ClínicaWork permitem marcar esses registros como "restritos", só acessíveis em situações específicas.
Ransomware é o pesadelo de qualquer consultório. Imagine chegar na clínica e todos os prontuários estarem criptografados por hackers pedindo resgate.
Por isso, backup não é opção - é obrigação. E atenção: backup tem que ser:
Em resumo, LGPD na saúde não é só sobre evitar multas. É sobre exercer nossa profissão com ética e responsabilidade. E o prontuário digital, quando bem usado, pode ser um grande aliado nessa jornada.