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Colegas, vamos falar de um tema que muitos ainda tratam como burocracia, mas que na verdade é essencial para a segurança do nosso trabalho e dos nossos pacientes: a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Se você acha que isso é só "problema de TI", prepare-se para repensar. Vou trazer a visão prática, sem juridiquês desnecessário, do que realmente importa no dia a dia do consultório.
Imagine o seguinte cenário: um paciente descobre que seus dados médicos vazaram do seu sistema porque você não tinha proteção adequada. Além do dano moral, a multa pode chegar a R$ 50 milhões. Mas pior que isso é a quebra de confiança – nosso maior ativo. Dados de saúde são considerados sensíveis pela LGPD, ou seja, exigem cuidado redobrado.
E não adianta pensar "meu consultório é pequeno". A lei não faz distinção. Se você coleta, armazena ou processa dados (e claro que faz), precisa se adequar. O bom? Muitas medidas são simples e você provavelmente já faz parte delas intuitivamente.
Aquele termo de consentimento que a gente usa desde sempre? Agora precisa ser mais claro. O paciente tem que saber exatamente para que seus dados serão usados. Não pode ser genérico. Se você vai enviar lembretes por WhatsApp, precisa deixar explícito. Se vai compartilhar exames com outros profissionais, idem.
Dica prática: revise seus termos. Eles devem ser específicos sobre:
Aqui é onde muitos consultórios pecam. Prontuário em papel precisa estar em armário trancado, com acesso controlado. Digital? Precisa de senhas fortes, preferencialmente com autenticação em dois fatores.
Se você usa algum sistema como o ClínicaWork, já está um passo à frente – bons sistemas têm criptografia e backups automatizados. Mas atenção: senha "1234" no computador da recepção invalida qualquer segurança tecnológica.
Quantas vezes você já recebeu um exame por WhatsApp de outro colega? Pois é, isso é problema. O ideal é usar plataformas seguras para troca de informações. Quando for inevitável o compartilhamento por meios menos seguros, ao menos anonimize os dados – envie só o necessário, sem nome completo, CPF etc.
De nada adianta você se preocupar com LGPD se a recepcionista deixa a tela do computador aberta com prontuários visíveis ou se o estagiário leva listas de pacientes para casa. Todos que acessam dados precisam entender o básico:
E se acontecer um vazamento? Você precisa ter um protocolo claro:
Ferramentas especializadas fazem muita diferença na adequação à LGPD. Um bom sistema deve oferecer:
No ClínicaWork, por exemplo, você consegue configurar níveis de acesso diferentes para médicos, recepcionistas e outros colaboradores. Também gera relatórios de acesso quando necessário.
Para checar se você está no caminho certo, responda:
A maioria dos consultórios que conheço já faz muita coisa certa por instinto médico – sigilo e confidencialidade estão no nosso DNA. Mas alguns pontos ainda são negligenciados:
1. Dados em Nuvem vs. Servidor Local: Muitos colegas ainda têm medo de cloud, mas um servidor local mal configurado é muito mais vulnerável. Sistemas em nuvem profissionais têm equipes dedicadas à segurança.
2. Lixo Eletrônico: Aquele computador velho com prontuários que você vai descartar? Precisa ter os dados completamente apagados (não basta formatar). O mesmo vale para pendrives e HDs externos.
3. WhatsApp Profissional: Se usa WhatsApp para comunicação com pacientes, considere a versão Business ou melhor ainda, usar ferramentas integradas ao seu sistema de gestão. O WhatsApp comum não é adequado para dados sensíveis.
Adequação à LGPD não é sobre burocracia – é sobre proteger nossos pacientes e nosso consultório. Boas práticas de proteção de dados muitas vezes coincidem com o que já fazemos por ética médica, só exigem um pouco mais de organização e documentação. Sistemas como o ClínicaWork ajudam, mas a conscientização da equipe é igualmente crucial.
Comece revisando seus processos atuais, identifique os pontos fracos e vá implementando melhorias gradualmente. O importante é não ignorar o tema – na medicina, dados são vidas, não apenas informações.