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Colega, vamos falar de um assunto que todo mundo tem medo, mas poucos realmente entendem na prática: a LGPD. Não é só mais uma burocracia - é sobre proteger seus pacientes, seu consultório e, claro, seu próprio pescoço. E acredite, não é tão complicado quanto parece quando você foca no que realmente importa.
Se você acha que LGPD é só para grandes hospitais ou empresas de tecnologia, senta que lá vem a realidade: qualquer consultório que armazena dados de pacientes, mesmo que seja só no Excel ou em fichas de papel, está sujeito à lei. E não, "sou médico" não é escudo contra multas.
O que muda na prática? Basicamente três coisas:
Na correria do dia a dia, esses são os pontos críticos que vejo colegas se enrolando:
Parece óbvio, mas muita gente não sabe responder isso direito. Está no prontuário físico? No computador? No celular? Em nuvem? Em planilhas espalhadas? Se você não sabe exatamente onde cada informação está, já começou errado.
Um exemplo: aquele WhatsApp que você usa para mandar receitas e exames. Já parou pra pensar que isso é um vazamento em potencial? E aquela secretária que anota telefone em bloquinho e leva pra casa?
Aqui é onde a maioria dos consultórios pequenos peca. Na pressa, todo mundo acaba tendo acesso a tudo - recepcionista vê prontuário completo, estagiário tem senha do sistema, médico compartilha login. Isso é um prato cheio para problemas.
O certo é: acesso mínimo necessário. A recepcionista precisa ver agenda e contato, mas não histórico médico completo. O médico assistente vê tudo do paciente, mas outros só com consentimento.
Um paciente chega e pede cópia de todos os dados que você tem sobre ele. Você sabe como proceder? E se ele pedir para apagar algum registro? Tem um processo definido para isso?
Na prática, você tem 15 dias para responder a esses pedidos. E não adianta falar "não posso" sem justificativa legal - prontuário médico tem regras específicas sobre retenção de dados.
Seu computador tem senha? O WiFi da clínica é protegido? Os backups são feitos regularmente? Parece básico, mas a quantidade de consultórios que não fazem isso é assustadora.
Um caso real: um colega teve o notebook roubado com planilha de pacientes desprotegida. Teve que notificar todos os pacientes sobre possível vazamento. Foi um inferno.
Aquele papo de "concorda com nossos termos?" que todo mundo clica sem ler. Na medicina, consentimento tem que ser informado e específico. Você não pode, por exemplo, usar dados de pacientes para marketing sem autorização explícita.
E atenção: consentimento em medicina tem camadas extras por causa do sigilo profissional. Não é igual a uma loja virtual.
Não vou te encher de teoria - vamos ao que funciona na prática:
Um sistema como o ClínicaWork já resolve boa parte dos problemas se configurado direito. Ele permite:
Mas atenção: comprar o sistema não é suficiente. Você precisa configurar os acessos corretamente e treinar sua equipe.
Se você está começando agora, foque nisso:
Não precisa ser perfeito desde o primeiro dia. O importante é começar e melhorar continuamente.
Vou ser direto:
"Meu consultório é pequeno, não preciso me preocupar" - Errado. A LGPD não tem tamanho mínimo.
- Pior ainda. Prontuário tem proteção extra, mas precisa cumprir a lei.
"Se eu não tiver nada digital, estou seguro" - Fichas de papel também são dados pessoais. E são ainda mais difíceis de proteger.
Se sua clínica:
Vale a pena investir em uma consultoria especializada. Mas para a maioria dos consultórios pequenos, com organização básica e bom senso, dá para começar sozinho.
Em resumo: LGPD na medicina é sobre proteger seus pacientes e sua prática. Não é bicho de sete cabeças se você focar no essencial. Comece pequeno, mas comece hoje.