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Colega, vamos falar de um assunto que todo mundo acha que domina, mas poucos realmente controlam com maestria: o fluxo de caixa da clínica. Não adianta só olhar o saldo no final do mês e achar que está tudo sob controle. Tem variáveis que, se negligenciadas, viram uma bola de neve financeira. E pior: muitas delas passam despercebidas porque parecem insignificantes no dia a dia.
Você já parou para calcular quanto custa aquele intervalo entre o atendimento e o recebimento do plano de saúde? Ou o tempo que sua equipe gasta corrigindo erros de preenchimento de guias? São detalhes que parecem pequenos, mas quando somados ao longo do ano, representam uma perda absurda de capital de giro.
Um exemplo prático: digamos que sua clínica atende 50 pacientes por dia pelo convênio, com um ticket médio de R$ 100. Se o prazo de recebimento for de 60 dias (e sabemos que muitos planos adoram esticar isso), você tem R$ 300.000 parados em contas a receber. Isso sem considerar as glosas...
Aqui é onde sistemas como o ClínicaWork mostram seu valor. Não é só sobre emitir recibos - é sobre ter visibilidade em tempo real de:
Um caso real: um colega cardiologista descobriu, através desses relatórios, que 12% de seu faturamento estava sendo consumido por taxas bancárias e operadoras de cartão. Reestruturou suas formas de pagamento e recuperou R$ 8.000/mês. Isso paga um funcionário extra.
Não espere o contador te mandar um relatório mensal. Esses números devem estar na ponta da sua língua:
1. Liquidez imediata: Quanto você tem disponível para cobrir 15 dias de operação sem novos recebimentos. Menos que isso é sinal vermelho.
2. Índice de inadimplência ativa: Não só dos particulares, mas principalmente das operadoras. Se passar de 5%, é hora de renegociar contratos.
3. Custo por consulta: Incluindo tudo - desde a água do cafezinho até a depreciação dos equipamentos. Só assim você sabe se seu preço está adequado.
Vamos falar a verdade? A maioria das clínicas trata o fluxo de caixa como uma planilha estática, quando na realidade ele é um organismo vivo. Algumas armadilhas frequentes:
Não separar pessoa física e jurídica: Aquele dinheiro que "empresta" da clínica para cobrir despesas pessoais cria um buraco que muitas vezes só é percebido na declaração de IR.
Ignorar a sazonalidade: Dezembro e janeiro são tradicionalmente ruins para a maioria das especialidades. Se você não se preparou nos meses anteriores, vai começar o ano no vermelho.
Subestimar custos fixos: Aquele aluguel que parece tranquilo pode virar um pesadelo quando o IGPM dispara. E sim, isso acontece.
Ferramentas de gestão especializadas permitem criar simulações de cenários. Quanto você precisa faturar nos próximos três meses para cobrir a renovação do seu equipamento de ultrassom? Qual o impacto se 10% dos seus pacientes migrarem para um plano com reembolso menor?
Em resumo: fluxo de caixa não é sobre o dinheiro que entrou e saiu. É sobre prever, controlar e otimizar cada centavo que passa pela sua clínica. E isso faz toda diferença entre sobreviver e prosperar na medicina atual.