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Vamos direto ao ponto: se você tem uma equipe no consultório – seja recepcionista, enfermeiro, técnico ou até mesmo um estagiário – e não tem um contrato de confidencialidade bem estruturado, está brincando com fogo. Não é exagero. A LGPD já bateu na porta, e vazamento de dados de pacientes pode custar muito mais do que um processo trabalhista.
Todo mundo sabe que informações de saúde são sensíveis. Mas o que muitos colegas subestimam é como vazamentos acontecem na prática. Não é só sobre um funcionário mal-intencionado vender dados. Pode ser um comentário inocente no WhatsApp, um prontuário deixado aberto no computador da recepção, ou até um relatório impresso esquecido na copa. Sem um contrato claro, você não tem amparo legal para responsabilizar ninguém – e a culpa, perante a lei, vai cair no seu colo como titular dos dados.
Já revisei dezenas de contratos de colegas, e sempre esbarro nos mesmos erros:
1. Linguagem muito jurídica: Se o recepcionista não entender o que está assinando, o contrato perde força. Escreva de forma direta, com exemplos do dia a dia do consultório.
2. Esquecer dos terceirizados: Aquele técnico de TI que acessa seu sistema remotamente para manutenção? Tem que estar sob o mesmo contrato. Mesmo que seja PJ.
3. Não atualizar com a tecnologia: Se você migrar do papel para um sistema como o ClínicaWork, o contrato precisa mencionar especificamente dados digitais, backups, nuvem, etc.
Inclua uma cláusula sobre dispositivos pessoais. Se sua equipe acessa e-mails do consultório no celular particular ou leva anotações para casa, isso precisa estar regulado. Vazamentos muitas vezes acontecem por roubo ou perda de aparelhos não protegidos.
Ninguém gosta de assinar documentos sob pressão. Minha sugestão:
Em resumo: trate confidencialidade como parte da cultura do consultório, não só como um documento engavetado. E se você usa ferramentas digitais, garanta que o contrato cubra esses cenários – porque a lei não faz distinção entre um post-it e um banco de dados.
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