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Colega, se você está pensando em migrar para o digital ou complementar seu consultório físico com atendimentos online, precisa entender os limites e possibilidades dentro da ética médica. O CFM não é inimigo da tecnologia, mas exige que a gente jogue dentro das regras. Vamos falar sobre como fazer isso sem dor de cabeça e ainda lucrar.
Desde a Resolução CFM nº 2.314/2022, a telemedicina foi regulamentada de forma mais clara, mas ainda tem armadilhas. O principal: consulta por mensagem de texto ou áudio não é permitido. Precisa ser vídeo, com qualidade suficiente para avaliação. E mesmo em casos de retorno, o CFM exige que você avalie se a condição do paciente justifica o atendimento remoto.
Outro ponto crucial: anamnese e exame físico. Se o caso exigir, você tem a obrigação ética de encaminhar para presencial. Não dá para fingir que dá pra avaliar um abdome agudo por vídeo, né?
Seu prontuário digital precisa ser tão completo quanto o físico. E aqui entra um sistema como o ClínicaWork, que te obriga a preencher todos os campos necessários antes de finalizar a consulta. Isso evita esquecimentos que podem te colocar em encrenca numa eventual fiscalização.
Registre tudo: horário de início e fim, ferramentas usadas, qualquer dificuldade técnica, orientações dadas. Se receitar, o e-receituário precisa estar integrado e dentro das normas.
Não adianta só replicar o consultório físico online. Alguns modelos se provaram viáveis:
O segredo é não tentar abraçar tudo. Defina um nicho onde o digital realmente agrega valor.
Aqui é onde muitos colegas erram feio. Usar WhatsApp ou Zoom genérico é pedir para ter problemas. Você precisa de:
Um sistema como o ClínicaWork resolve isso tudo num pacote só, mas o importante é que sua escolha cubra esses requisitos básicos.
Seus pacientes vão mandar dados sensíveis por essa plataforma. Você tem que garantir:
Isso não é burocracia - é proteção pra você. Uma brecha de dados pode acabar com sua reputação.
Erro comum: cobrar o mesmo que a consulta presencial. O digital tem custos diferentes e valor percebido diferente. Algumas estratégias:
Pacotes de acompanhamento mensal funcionam bem para condições crônicas. Consultas avulsas podem ter preço 20-30% menor que a presencial, mas com maior volume.
Importante: deixe claro no contrato o que está incluso. Se o paciente precisar de mais tempo que o previsto, tenha uma política para cobrança adicional.
Não adianta ter consulta digital e fazer o paciente depositar em conta. Integre:
Isso reduz inadimplência e dá profissionalismo ao negócio.
Aqui o CFM é bem chato (com razão). Algumas regras básicas:
Foque em educar. Conteúdo sobre prevenção, explicação de tratamentos - isso atrai pacientes qualificados sem violar o código de ética.
Instagram pode ser armadilha. LinkedIn é mais seguro para médicos. Blog no seu site com artigos aprofundados filtra melhor os pacientes.
Lembre-se: tudo que você posta vira prontuário virtual. Nunca comente casos específicos, mesmo que de forma anônima.
Quando o consultório digital começa a crescer, a tentação é atender cada vez mais pacientes no mesmo horário. Resistir a isso é crucial.
Melhor estratégia: use tecnologia para automatizar o que é repetitivo (agendamento, lembretes, envio de exames), mas mantenha o tempo de consulta adequado.
Ferramentas como o ClínicaWork permitem criar fluxos automatizados para pré-consulta e follow-up, liberando você para focar no que realmente importa: a relação médico-paciente.
Enfermeiros e técnicos podem ajudar com triagem e educação em saúde, mas a responsabilidade final é sempre sua. Tenha protocolos muito claros sobre o que sua equipe pode e não pode fazer.
Em resumo: consultório digital lucrativo exige mais planejamento que o tradicional, mas com as ferramentas certas e respeito às normas, pode ser um excelente complemento à sua prática.