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Colegas, vamos falar sobre um tema que tem me preocupado bastante: como manter aquele olho no olho, o toque (mesmo que virtual) e a empatia quando atendemos à distância. A telemedicina veio para ficar, mas não podemos deixar que a tecnologia engula a essência do nosso trabalho – cuidar de pessoas, não só de corpos ou prontuários.
Vocês já perceberam como uma consulta presencial tem um ritmo diferente? Aquele momento em que o paciente entra no consultório, a forma como ele senta, os gestos, o tom de voz... Tudo isso some na tela do computador. E pior: a gente fica tentado a acelerar o atendimento, como se fosse só mais uma tarefa a cumprir.
Um estudo recente mostrou que pacientes atendidos remotamente têm maior sensação de não serem ouvidos. Isso é grave. Mas calma, tem solução – e não é voltar atrás no progresso tecnológico.
Não adianta nada você estar de pijama (só porque as pernas não aparecem na câmera) ou com aquele fundo bagunçado. O paciente precisa ver que está diante de um profissional. Iluminação adequada, um fundo neutro (ou seu consultório virtual no ClínicaWork, que tem essa opção), roupa profissional – tudo isso passa credibilidade.
Ah, e posicione a câmera na altura dos olhos. Nada daquele ângulo de baixo para cima que parece selfie de adolescente.
Na presencial, a gente cumprimenta, oferece água, pergunta como veio... No remoto, tendemos a ir direto ao ponto. Erro. Reserve pelo menos meio minuto para:
Isso quebra o gelo digital.
Na tela, seus gestos precisam ser mais expressivos. Acene ao cumprimentar, incline-se levemente para frente quando o paciente estiver falando algo importante, use as mãos para enfatizar pontos. Mas sem exageros – você não quer parecer um apresentador de TV.
E o contato visual? Olhe para a câmera, não para a tela. Quando você olha para a imagem do paciente na tela, para ele parece que você está desviando o olhar.
Aqui é onde ferramentas como o ClínicaWork podem ajudar – não como solução mágica, mas como facilitadores. Por exemplo:
Mas atenção: tecnologia não substitui empatia, só potencializa se bem usada.
No consultório, um aceno com a cabeça já mostra que você está ouvindo. Online, precisa verbalizar mais:
E cuidado com a tentação de ficar digitando durante a consulta. Se precisar anotar algo, avise: "Vou fazer uma anotação rápida aqui para não esquecer esse ponto importante".
Tem horas que o remoto não funciona. Sinais de alerta:
Nesses casos, não force a barra. Marque presencial ou, se não for possível, adapte sua abordagem.
Receitar pelo computador pode ficar frio. Algumas dicas:
O ClínicaWork, por exemplo, permite incluir mensagens personalizadas junto com receitas e exames – use isso.
Mande uma mensagem após a consulta (pode ser automatizada, mas personalize):
"Dr. Silva aqui. Espero que esteja bem após nossa conversa. Lembre-se de tomar o medicamento às 10h e me avise se surgir qualquer dúvida."
Isso faz uma diferença enorme na percepção do cuidado.
Humanizar no digital exige mais esforço consciente que no presencial. Mas é perfeitamente possível – e necessário. Use a tecnologia como aliada, não como barreira. E lembre-se: por trás de cada tela há uma pessoa esperando não só seu conhecimento médico, mas sua humanidade.