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Colega, se tem uma coisa que aprendi depois de anos batendo cabeça com tecnologia na saúde é que prontuário eletrônico inseguro é pior que papel. Pelo menos no papel, quando alguém quiser fuçar seus registros, vai ter que invadir fisicamente sua clínica. No digital, um descuido pode deixar seus pacientes expostos a vazamentos globais.
E não é só sobre multas da LGPD (que são pesadas, por sinal). É sobre ética médica mesmo. Você realmente quer explicar para seu paciente que os detalhes íntimos da consulta dele vazaram porque você usou senha "1234" no sistema?
Vamos começar pelo básico que muita gente erra: autenticação. Se seu sistema ainda permite login com senhas como "clinica2024", você está basicamente convidando hackers para uma festa.
Um detalhe que poucos falam: o ClínicaWork, por exemplo, permite configurar níveis diferentes de autenticação conforme a sensibilidade dos dados. Para acessar prontuários completos, exige mais fatores que para ver apenas agendas.
Aqui tem uma pegadinha que pega muitos colegas: SSL/TLS (aquele cadeado verde no navegador) protege só a transmissão dos dados. E os dados armazenados?
Seu prontuário eletrônico precisa:
Pergunte ao seu fornecedor como isso é implementado. Se ele der respostas vagas, corra.
Lembra daquele estagiário que só precisa marcar consultas? Por que diabos ele teria acesso a prontuários completos?
Um sistema seguro permite:
No meu consultório, por exemplo, a recepcionista vê só dados básicos do paciente. Para acessar histórico médico completo, só eu e minha enfermeira-chefe temos permissão.
Ransomware não é coisa de filme. Já atendi colegas que perderam anos de prontuários porque acreditavam que "isso não acontece comigo".
Seu sistema deve ter:
Não vou ficar fazendo propaganda de sistema aqui, mas posso dizer que quando avalio um prontuário eletrônico, olho três certificações cruciais:
O ClínicaWork, que uso na minha clínica, tem tudo isso documentado e disponível para clientes. Se o fornecedor que você está avaliando não mostra essas certificações de forma transparente, desconfie.
Aqui tem um segredo que aprendi na marra: nunca migre tudo de uma vez. Faça em etapas:
E nunca, jamais, em hipótese alguma desligue o sistema antigo antes de ter certeza que tudo migrou corretamente. Deixe rodando em paralelo por pelo menos 3 meses.
De nada adianta um sistema super seguro se a recepcionista anota a senha no post-it colado no monitor.
Monte um programa de treinamento que inclua:
Faça simulações periódicas. Mande emails falsos de "atualização de sistema" para testar quem cai. Quem clicar, ganha um treinamento extra.
Sistema seguro não é "implementou e esqueceu". Precisa de manutenção.
Na minha clínica, toda primeira segunda-feira do mês revisamos:
E a cada seis meses, contrato um pentest (teste de invasão) externo. É caro? É. Mas é mais barato que um vazamento de dados.
Aquele laboratório que pede acesso direto ao seu sistema para pegar resultados? Parece conveniente, mas pode ser um buraco de segurança.
Antes de qualquer integração:
No ClínicaWork, por exemplo, dá para criar tokens de acesso temporários e com escopo limitado para essas integrações. Uso muito para laboratórios, com acesso válido só por 24h.
Todo médico quer acessar prontuário no celular. Todo hacker também.
Se for permitir acesso mobile:
Na minha prática, limito o acesso mobile a consultas básicas. Prescrições e anotações completas só no computador seguro da clínica.
Implementar prontuário eletrônico seguro dá trabalho. Mas é trabalho que evita dor de cabeça gigante depois. Comece com autenticação forte, criptografia séria e controles de acesso bem desenhados. Treine sua equipe até a exaustão. E nunca pare de monitorar e melhorar.
Ah, e se um vendedor te prometer sistema "100% seguro", manda ele ir vender curso de bitcoin. Segurança na saúde é processo, não produto.
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