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Colegas, a telemedicina veio para ficar, e com ela a responsabilidade de proteger os dados sensíveis dos nossos pacientes. Não é só uma questão de ética médica, mas de conformidade legal. Se você ainda acha que um WhatsApp resolve, é hora de repensar.
Lembra daquele caso do hospital que vazou dados de milhares de pacientes porque usavam plataformas não seguras? Pois é. Quando falamos de prontuários eletrônicos, laudos e imagens médicas sendo transmitidos online, estamos lidando com informações 10x mais sensíveis que dados bancários.
O problema é que muitos de nós, médicos, fomos pegos de surpresa pela demanda de consultas remotas e acabamos improvisando. Só que agora não tem mais desculpa - a LGPD está aí, e multas por vazamento de dados chegam a R$ 50 milhões.
Aqui não vale aquela criptografia meia-boca que alguns apps prometem. Precisa ser criptografia AES-256 no mínimo, tanto para dados em trânsito quanto armazenados. Sistemas como o ClínicaWork usam esse padrão, que é o mesmo adotado por bancos e órgãos governamentais.
Um detalhe que muitos ignoram: a criptografia precisa cobrir não só a chamada de vídeo, mas todos os dados associados - anamnese, receitas, exames, tudo.
Senha fraca é convite para desastre. O mínimo aceitável hoje é:
No consultório físico a gente reconhece o paciente na sala de espera. Na telemedicina, precisamos de processos equivalentes.
Dados de saúde não podem ficar em servidores genéricos. Precisa ter:
Vou ser direto porque já vi cada coisa...
Usar plataformas de videoconferência genéricas: Zoom, Google Meet e afins não atendem aos requisitos mínimos para telemedicina. Ponto.
Armazenar prontuários no computador local: Um ransomware e você perde anos de históricos clínicos. Sem contar o risco de o HD pifar.
Compartilhar senhas: Seu residente não pode usar seu login. Cada profissional precisa de acesso individual rastreável.
Ignorar atualizações: Aquele pop-up chato de "atualizar o sistema" é a diferença entre estar protegido contra a última vulnerabilidade ou não.
Vou usar como exemplo porque é um dos poucos sistemas que vi que realmente leva segurança a sério para consultórios médicos. Eles têm:
O ponto importante aqui é que segurança não pode ser um módulo extra - tem que estar no DNA do sistema desde a arquitetura inicial.
Em resumo, segurança em telemedicina não é sobre comprar a ferramenta mais cara, mas sobre implementar processos robustos. E o primeiro passo é parar de achar que "não vai acontecer comigo".