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Colega, se você está lendo isso, provavelmente já percebeu que o prontuário eletrônico não é mais uma opção – é uma necessidade. Mas escolher o sistema certo pode ser um verdadeiro parto. E não, não estou exagerando. Já vi médicos excelentes perderem meses (e pacientes) tentando se adaptar a sistemas que mais atrapalham do que ajudam.
Antes de sair assinando qualquer contrato, vamos falar do básico que todo médico precisa considerar:
Um exemplo que acerta nesses pontos é o ClínicaWork. Já usei em um projeto de pesquisa e a curva de aprendizado foi surpreendentemente rápida – coisa de dias, não semanas.
Deixa eu te contar os erros que vejo colegas cometendo repetidamente:
Um colega cardiologista me contou que gastou uma fortuna em um sistema "top de linha". Resultado? Ele voltou para o papel depois de 2 meses porque perdia 20 minutos para preencher cada prontuário. O sistema tinha 15 campos obrigatórios para cada consulta, sendo que metade era irrelevante para cardiologia.
Moral da história: especialização importa. Um sistema como o ClínicaWork, por exemplo, permite que você desative campos inúteis e crie templates específicos para sua área.
Na faculdade a gente aprende anamnese, não a escolher software. Então vou te passar um roteiro prático:
1. Faça o teste do "dia ruim": Simule uma segunda-feira caótica com 20 pacientes atrasados e teste o sistema sob pressão. Se em 5 minutos você não conseguir achar a função básica, problema.
2. Cheque a mobilidade: Hoje em dia, se o sistema não tiver um app decente, é como ter um carro sem rodas. Teste no celular, no tablet, em diferentes sistemas operacionais.
3. Pergunte sobre atualizações: Quantas vezes por ano o sistema é atualizado? Você é obrigado a pagar por cada nova versão? Sistemas parados no tempo viram obsolescência programada.
4. Avalie o suporte: Ligue para o SAC em um sábado à noite. Se não atenderem, imagine quando você realmente precisar.
Muita gente me pergunta sobre transferir os dados antigos. Aqui vai a verdade nua e crua: na maioria dos casos, não vale o esforço. A menos que você tenha um banco de dados impecavelmente organizado (e quem tem?), gastar semanas tentando importar prontuários desestruturados geralmente custa mais que começar do zero.
O que recomendo: mantenha os antigos em arquivo e comece fresh com o novo sistema. Depois de 6 meses, você nem vai lembrar da vida antes dele.
O valor da assinatura mensal é só a ponta do iceberg. Pergunte sobre:
Um detalhe importante: sistemas baseados em nuvem, como o ClínicaWork, geralmente têm custos mais previsíveis que os locais (que exigem servidores, manutenção, etc.).
Leia o contrato com a mesma atenção que você lê um laudo de biópsia. Fique especialmente atento a:
- Cláusulas de fidelidade (alguns prendem você por 3 anos!)
- Propriedade dos dados (sim, alguns sistemas tentam ficar com SEUS dados)
- Limites de armazenamento (nada pior que descobrir que precisa pagar extra por mais espaço)
Alguns recursos que eram "futurismo" há 5 anos hoje são essenciais:
Prescrição eletrônica: Não só pelas vias digitais, mas pela integração com bancos de dados de medicamentos que alertam para interações.
Telemedicina nativa: Depois da pandemia, isso deixou de ser opcional. O sistema precisa ter vídeo, chat e prontuário integrados.
Inteligência artificial assistiva: Não estou falando de robôs substituindo médicos, mas de pequenas ajudas - como sugerir CID's com base no texto livre ou alertar para exames pendentes.
O ClínicaWork, por exemplo, tem uma função interessante de reconhecimento de voz que transforma a anamnese em texto estruturado - testei e funciona surpreendentemente bem para o português médico (com nossos termos técnicos e abreviações).
Por experiência própria: se depois de 3 meses você ainda:
- Prefere anotar no papel e depois digitar
- Sonha em jogar o computador pela janela
- Gasta mais tempo com o sistema do que com os pacientes
...está na hora de reconsiderar. A tecnologia deve servir à medicina, não o contrário.
Em resumo: teste exaustivamente, priorize usabilidade sobre firulas tecnológicas e não tenha medo de mudar se não estiver funcionando. Seu tempo (e sanidade mental) valem mais que qualquer contrato.