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Colega, se você está lendo isso, provavelmente já percebeu que um prontuário eletrônico não é só um "Word sofisticado". A escolha errada pode transformar sua rotina em um pesadelo de cliques desnecessários, campos irrelevantes e lentidão que faz até o mais paciente dos médicos perder a cabeça.
Um ortopedista precisa de recursos completamente diferentes de um psiquiatra. Enquanto o primeiro vive de laudos de imagem e escalas de avaliação funcional, o segundo depende de anamnese detalhada e escalas psicológicas. Um sistema genérico vai deixar os dois frustrados.
Já vi casos de colegas que adotaram sistemas "campeões de venda" sem considerar suas necessidades específicas. Resultado? Gastaram fortunas em customizações ou voltaram para o papel. É como tentar operar com um bisturi rombudo - tecnicamente possível, mas ninguém merece.
Aqui vai uma verdade inconveniente: não existe sistema perfeito. O que existe é o menos pior para seu contexto. Sistemas que prometem "fazer tudo" geralmente fazem tudo mal. É melhor um sistema que resolve 80% das suas necessidades muito bem do que um que "resolve" 100% de forma medíocre.
Por exemplo, o ClínicaWork tem um approach interessante - em vez de tentar ser tudo para todos, eles focam em fluxos clínicos bem desenhados e permitem customizações pontuais. Isso faz mais sentido do que sistemas superengessados ou, no outro extremo, aqueles tão flexíveis que você precisa contratar um programador para configurar.
Não caia no conto do "ah, depois a gente configura". Peça para fazer uma consulta fictícia completa no sistema. Melhor ainda: grave seu atendimento (com paciente fictício) e depois tente reproduzir no software. A diferença entre o discurso comercial e a realidade costuma aparecer rápido.
1. Focar só no preço: O sistema mais barato pode custar caro em produtividade perdida. Calcule quanto tempo você gasta a mais por consulta e multiplique pelo número de atendimentos.
2. Ignorar a equipe: Se suas secretárias e enfermeiras odeiam o sistema, sua vida será um inferno. Inclua eles no teste.
3. Acreditar em "nuvem mágica": Todo sistema promete ser estável e rápido. Teste na sua internet real, não na fibra ótica do vendedor.
Para dermatologistas: Ferramentas de marcação em imagens, galeria de fotos organizada por lesão, integração com dermatoscopia digital.
Para cardiologistas: Gráficos de evolução de pressão e colesterol, calculadoras de risco automatizadas, espaço para diagramas de ECG.
Para pediatras: Curvas de crescimento automáticas, calendário vacinal integrado, prontuário familiar vinculado.
O ClínicaWork, por exemplo, tem módulos específicos para algumas especialidades que valem a pena analisar. Mas o importante é que o sistema não te force a adaptar seu raciocínio clínico à tecnologia - deveria ser o contrário.
Hoje em dia, você precisa acessar prontuários na sala de espera, no hospital, em casa. Um sistema que não funciona bem no celular é como um estetoscópio que só funciona em uma sala - inútil na prática real.
Teste especialmente:
Não adianta ter o sistema mais especializado do mundo se os dados dos seus pacientes vazarem. Confira:
Em resumo: escolher prontuário eletrônico por especialidade é como escolher instrumental cirúrgico - tem que caber na sua mão, ser afiado para sua necessidade e não emperrar no momento crítico. Não existe atalho: teste pessoalmente, envolva a equipe e pense a longo prazo.