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Colega, se você ainda acha que a LGPD é só mais uma burocracia pra encher o saco, é melhor repensar. Essa lei mudou radicalmente a forma como lidamos com dados de pacientes, e no caso dos prontuários eletrônicos, o impacto é ainda maior. Vamos falar sobre isso sem juridiquês, na prática mesmo.
Primeiro, vamos lembrar que prontuário eletrônico não é só um arquivo digital. É um conjunto complexo de dados sensíveis - e aí entra tudo: desde histórico médico até preferências sexuais (que podem ser relevantes em alguns tratamentos). A LGPD coloca regras claras sobre como isso deve ser armazenado, acessado e compartilhado.
Um erro comum é achar que só porque o sistema é "eletrônico" já está adequado. Ledo engano. Tenho visto muitos colegas usando sistemas que não têm nem criptografia básica, achando que estão protegidos.
Na prática, os maiores problemas que encontro nas clínicas são:
E o pior? Muitos nem sabem que estão errando. Acham que porque usam um sistema como o ClínicaWork já estão automaticamente em compliance. Não é bem assim.
Falando especificamente do ClínicaWork, ele tem ferramentas que ajudam na adequação, mas não faz milagre. Por exemplo:
Mas de nada adianta ter essas ferramentas se você deixa a senha do admin num post-it colado no monitor, ou se permite que recepcionistas acessem dados sensíveis sem necessidade.
Na minha experiência ajudando colegas a se adequarem, essas são as ações mais críticas:
Esse é um problema que vejo muito. Médicos com 30 anos de carreira têm arquivos de pacientes que nem lembram mais. A LGPD diz que você só pode manter dados enquanto houver finalidade legítima. Na prática:
Mas atenção: isso não é regra absoluta. Depende do caso. O importante é ter uma política clara de retenção e descarte.
Vamos ser realistas: vazamentos acontecem. A questão é como você reage. Um caso que acompanhei recentemente:
Uma clínica teve o sistema invadido e dados de pacientes vazaram. Por terem feito tudo certo - políticas documentadas, acessos controlados, notificação imediata - a multa foi mínima. Outra clínica, na mesma situação, mas sem nenhuma proteção, quase faliu com as penalidades.
O ponto é: não é questão de "se" vai acontecer, mas "quando". E você precisa estar preparado.
Muitos colegas acham que podem nomear o estagiário como encarregado de dados. Erro grave. Essa pessoa precisa:
Na maioria das clínicas médicas, o próprio dono ou um sócio sênior deveria assumir esse papel, pelo menos inicialmente.
Aqui tem outro vespeiro. Você usa laboratório terceirizado? Tem parceria com algum hospital? Compartilha dados com operadoras? Cada um desses elos é um potencial ponto de falha.
O que aprendi na prática:
Um exemplo: se você usa o ClínicaWork para enviar receitas diretamente para farmácias, precisa ter o consentimento explícito para isso. Não basta o paciente assinar um termo genérico.
Alguns hábitos simples que fazem diferença:
Parece óbvio? Você ficaria surpreso com quantas clínicas ainda negligenciam isso.
Com o aumento do telemedicina, muitos colegas estão acessando prontuários de casa. Cuidado redobrado aqui:
Um recurso interessante do ClínicaWork é o bloqueio de acesso por geolocalização - você pode restringir logins apenas a determinadas regiões.
A LGPD veio para ficar e ignorá-la é risco profissional. Prontuários eletrônicos são ferramentas poderosas, mas exigem responsabilidade. Sistemas como o ClínicaWork ajudam, mas a maior proteção ainda é o médico que entende a importância do tema e age proativamente.
O segredo? Trate os dados dos seus pacientes com o mesmo cuidado que você trata sua própria saúde. Não deixe para se preocupar com isso só quando o problema bater na porta.