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Colegas, a telemedicina veio para ficar, e não adianta fingir que não. Mas se tem uma coisa que me preocupa é a quantidade de plataformas por aí que tratam a segurança dos dados como um detalhe. E nós, médicos, sabemos que não é. Um vazamento de prontuários pode acabar com a reputação de uma clínica em minutos. Então, vamos falar sério sobre o que realmente importa na hora de escolher um sistema para consultas online.
Se a plataforma que você está usando não tem criptografia de ponta a ponta (E2EE), pare tudo agora e vá procurar outra. Isso não é exagero. A transmissão de dados entre médico e paciente precisa ser indecifrável para qualquer pessoa que não seja você e o paciente. Sistemas como o ClínicaWork, por exemplo, usam padrões AES-256, o mesmo que bancos utilizam. Se o seu sistema não especifica qual tipo de criptografia usa, desconfie.
E não adianta só criptografar a transmissão. Os dados em repouso (armazenados nos servidores) também precisam da mesma proteção. Pergunte sempre onde os dados são hospedados e se há dupla camada de criptografia.
Senha simples não protege mais nada. Se o login da sua plataforma só pede usuário e senha, você está basicamente deixando a porta aberta. O 2FA deveria ser obrigatório, especialmente para acessos médicos. Um código enviado por SMS ou gerado em um app como Google Authenticator pode evitar 99% dos acessos indevidos.
E atenção: se o sistema permite que você desative o 2FA por "facilidade", isso é uma bandeira vermelha. Segurança não deve ser negociável.
Você precisa saber exatamente quem acessou o que e quando. Um bom sistema de telemedicina deve registrar:
Isso não é só para segurança, mas também para auditoria. Se acontecer um vazamento, você precisa conseguir rastrear a origem.
Na minha clínica, a recepcionista não precisa ver laudos completos, e o residente não deve poder alterar prescrições sem aprovação. Se o seu sistema não permite ajustar permissões com esse nível de detalhe, você está assumindo riscos desnecessários.
O ideal é ter:
Isso aqui é chato, mas essencial. A plataforma precisa ter pelo menos:
E não aceite só o "sim, somos compliant". Peça para ver os documentos. No ClínicaWork, por exemplo, eles disponibilizam relatórios de auditoria para clientes. Se a plataforma que você usa faz mistério sobre isso, problema.
Seus dados podem sumir por vários motivos: ataque hacker, falha de hardware, erro humano. A plataforma precisa ter:
Pergunte sempre: se o servidor principal pegar fogo, em quanto tempo meus dados voltam? A resposta aceitável é "horas", não "dias".
Nenhuma clínica vive só de telemedicina. O sistema precisa conversar com:
Mas cada integração é uma porta potencial para invasões. Verifique se:
Segurança não é algo que você implementa uma vez e esquece. A plataforma precisa ter:
Um sinal ruim é quando você não vê atualizações há meses. Ou pior, quando a plataforma nem informa o que foi corrigido em cada atualização.
Eu sei, ninguém lê os termos. Mas você, como responsável pela clínica, precisa ler. Atenção para:
De nada adianta a plataforma ser segura se sua equipe não souber usar direito. O sistema ideal oferece:
Em resumo, segurança em telemedicina não é um recurso, é a base. Se a plataforma que você está avaliando falha em qualquer um desses pontos, siga em frente. Nossos pacientes merecem mais do que promessas vagas de proteção de dados.